segunda-feira, novembro 29, 2004

Uma história...

contada na 1ª pessoa do Singular...
mas vivida, muitas vezes, pela 1ª pessoa do Plural...



“ Hoje parece que te vi...não tenho a certeza...aliás, cada vez ando mais pitosga, por isso a incerteza é ao quadrado, mas apesar de tudo consigo ter uma certeza...a certeza do que senti nessa altura.
O coração apertou, as pernas tremeram, o gelo da distância tomou conta do meu corpo, da minha alma...tudo pela tristeza de sentir que já não faço parte do teu mundo, que me afastas por razões que a minha própria razão desconhece...ou quer desconhecer...
Parece que estou a falar para o boneco, mas não...estou a falar pelo boneco que me tornei...triste, acima de tudo triste...tantas são as vezes que grito por ti sem que me ouças...
Depois de uma separação, ficamos sempre com a sensação que a outra pessoa pode e vai andar com o mundo inteiro menos voltar para nós e este pensamento dói...dói demais...torna ainda mais vulnerável um coração já de si debilitado pela falta...acima de tudo pela falta...de amor próprio...mas que merda, nestas ocasiões o amor próprio não existe, ou se existe tem apenas um nome...o da pessoa que amamos...
Bem, mas divagações à parte, a pior altura do dia nem foi o oásis que pensei ter visto, mas sim a escura e cruel noite...É que quando me preparava para entregar-me ao refúgio de uma saída nocturna, altamente embebida no anestesiador (ou talvez não...) de sentimentos que é o “alcool”, telefonas-me...
O que me parecia poder ser uma ilusão, acabou numa das maiores desilusões da minha vida...
Pediste-me as tuas fotografias...O quê?...as fotografias...?...mas pensas que alguma vez as utilizaria para te fazer mal?...que sou homem capaz de chorar com pena de mim?...Jamais!!!...já agora e tal como combinámos...assim que puder entrego-tas e se calhar rasgadas...não era o que merecias?...,...Não respondes, pois não?...eu sei que não e é isso que me custa...que me tolhe ainda mais o pensamento e respectivas acções...é que tenho tantas saudades tuas e pior...já fui para ti amante e agora nem amigo consigo ser...mas e amanhã?...lembrar-te-ás que um dia te fiz feliz?...que nunca te magoei?...que afinal sou eu o teu verdadeiro amor?...Não sei se vou esperar...mas hoje, és tu quem eu (ch)amo...”

João sofreu muito, bastante até...entregou-se a uma fraca existência...como companheira, apenas teve a solidão...mas como sempre, o tempo passou a ser o seu melhor amigo e hoje... ele é feliz...sonha e sorri...todos os dias um pouco mais...porque agora ele sabe...que o seu verdadeiro amor...não era ela...





2 comentários:

Anónimo disse...

Adoro as tuas histórias.
Continua.
Clama sem cessar essa dor que é Viver..

Mana

Nanda disse...

fiquei..sem palavras como conseguiste descrever o teu sentimento e ao mesmo tempo, e desculpa, o meu..abraços