terça-feira, novembro 07, 2006

Tudo tem o início no seu fim...



assim como a morte começa, sempre com um coração a bater...
Depois, pintamos um cenário qualquer,
sempre de faca na mão,
com vontade de o re-encenar...
e andamos, sempre, sempre, ao contrário,
mas nunca de pernas p'ro ar...
e só no fim, começamos tudo de novo...
e de novo,
temos a noção do seu fim...

quarta-feira, outubro 18, 2006

Crianças entre parentes(is)...



...e para que lado te viras, quando no meio nao há virtude?...
...e para que lado te viras, quando precisas que te abraçem?...
...e para que lado te viras, quando em pleno dia te vais deitar?...
Depois nao venham eles dizer que não vos compreendem,
pois está tudo, muito bem, esclarecido...
Quando vocês derem a entender, que passaram ao lado,
do que é ser-se (criança)...

terça-feira, setembro 26, 2006

Palavras de uma "palavra" revoltada...



Virou-se para mim e disse...
"Ja não me apetece...
estar do teu lado, mesmo quando mais precisares,
pois é muita a tristeza a que me devotas...
Nunca me dás um sorriso,
nem me pintas, cheia de côr,
nem, tão pouco, me abraças de esperança..."
...e eu respondi-lhe...
"Dou-te a honestidade, de um pensamento que te cria,
a cúmplicidade, de uma caneta que contigo brinca,
a leveza, de uns olhos que te lêem
e a pureza, de mil almas que te compreendem...
Se quiseres mais vida do que aquela que eu te dou,
podes sempre partir, pois o teu coracão...
nao deixará de bater..."

terça-feira, setembro 12, 2006

De tudo...



o que me disseste,
de tudo o que eu te fiz,
em ti, não ficaram marcas,
em mim, apenas uma cicatriz...
e foi por um(a) (cica)triz,
e foi por um(a) (cica)triz,
que eu...
(não) te perdi...!!!

quarta-feira, agosto 09, 2006

Vem comigo...



dá-me as veias,
que eu dar-te-ei o sangue...
dá-me a carne,
que eu dar-te-ei os ossos...
dá-me as palavras,
que eu contar-te-ei as historias...
De gente que foi gente,
por não ser tudo aquilo que o tempo desfaz em pó,
De gente que foi gente,
porque tem na (c)alma, a virtude de quem não nasceu,
nem morrerá...
só...

quarta-feira, julho 05, 2006

As horas a que eu nasci...



e que pena,
brota da saudade em mim,
por não ter, nunca mais, de passar,
um minuto em branco, mil segundos por ti...

Um quarto para as 5...5 menos um quarto...
o que te importa,
as horas a que eu...
nasci...

quarta-feira, junho 21, 2006

Abre bem os olhos...



mas não olhes para mim...
Deixa que o teu coração acelere,
até deixar de bater...
Tacteia o cheiro do meu silêncio, beijando-me...
Agora que te livraste dos teus 5 sentidos,
deixa que nao faças sentido algum...
Nao tenhas medo, vem comigo,
mas também não me dês a tua mão,
dá-me antes a tua alma,
que o teu corpo...
pode esperar!!

quinta-feira, junho 01, 2006

Dizem que sou fei(t)o...



de cinzento,
de um sol que se apagou,
da chuva que cai,
porque choram os que já partiram,
porque esquecem-se de viver,
os que para trás ficaram...
Dizem que sou fei(t)o,
de dôr,
de uma noite que nunca se deita,
do vento que já não sopra,
porque pararam os que deixaram
de ser empurrados...
...
E ao que eles dizem e pensam,
eu respondo...
Dêem-me a vossa tristeza a preto e branco,
que eu dar-vos-ei a alegria do meu arco-íris...
Dêem-me o peso da vossa sombra,
que eu dar-vos-ei a leveza da minha carne e osso...
...
Dizem que eu sou fei(t)o,
se eu...
nem sequer existo...

PS. Este poema, surgiu inspirado pela música do clip,
que podem visualizar...
vezes, sem conta...vezes, sem conta...vezes, sem conta...
talvez, assim faça
mais sentido...

Lisa Gerrard - "I am your shadow"

terça-feira, maio 30, 2006

De alba e coração...




Uma singela homenagem, de minha autoria, a um enorme poeta...

Nao te dês ao trabalho de me responder,
afinal de contas,
nao foi uma pergunta que te fiz...
Nao tens nada que agradecer,
sabes bem, que sempre gostei mais de dar do que receber...
...
E quando um dia te cruzares comigo,
na vida de rua
ou na rua de uma vida qualquer,
finge apenas que nao me conheces...
Pois apenas sou feito de palavras
e os gestos e os números, esses...
Deixo-os para ti...

terça-feira, maio 23, 2006

Perguntas-me porque nada te digo?...



Porque finjo,
ainda ser teu...
Que te quero e posso, fazer feliz...
Que não preciso de ir ao céu
para me sentir à tona...
Que nao passo as noites acordado
adormecido pelo aperto,
de saber que os nossos nomes
já não estão gravados na mesma árvore...
que nao me sinto atropelado pela passadeira,
que tudo o que falo faz sentido,
quando é nada, o que te digo
e porque finjo que a razao mente, com quantos dentes tem,
quando me diz para seguir em frente...
sem ti...

terça-feira, maio 16, 2006

terça-feira, maio 09, 2006

Por que me olhas...



com esses olhos tristes?..
Porque não sorris,
pelo facto de ter esperado por ti?..
Por ter escrito,
tantas páginas em branco na minha vida,
sempre na esperança que as lesses?..
Porque me olhas..
com esses olhos tristes?..
Por que não sorris,
pelo simples facto, de já não esperar por ti..
Por ter parado de escrever tantas linhas sem retorno,
Por querer ler e aprender, da boca e da alma
de quem realmente me fala?..
Porque que apenas me olhas..
Quando eu sempre esperei,
que me voltasses a tocar..

quarta-feira, abril 19, 2006

Quantas vezes...



foram as vezes,
em que às vezes me sentava a um canto
e me sentia com orelhas de burro,
castigado pela tristeza, de uma professora chamada "vida",
que teimava em punir-me, por saber que eu era bem melhor do que aquele, que pensava eu que era...
E de todas as vezes,
em que me vias triste,
desenhavas nas minhas costas,
sem que eu soubesse,
as asas com as quais sabias
que eu voaria, mais alto...
mais longe...
mesmo que para isso,
tivesse de me ir embora,
de ti...
de mim...

P.S. Por isso eu pergunto...porque me as roubaste se o ladrão volta sempre ao local do crime?...

quinta-feira, abril 13, 2006

Foda-se...



...adoro "Antony and the johnsons", mas esta música acaba comigo...o que eu a procurei sem nunca a encontrar e de repente...

Cold Water

Cold, cold water surrounds me now
And all I've got is your hand
Lord, can you hear me now?
Lord, can you hear me now?
Lord, can you hear me now?
Or am I lost?

Love one's daughter
Allow me that
And I can't let go of your hand
Lord, can you hear me now?
Lord, can you hear me now?
Lord, can you hear me now?
Or am I lost?
[chanting] Cold, cold water surrounds me now
And all I've got is your hand
Lord, can you hear me now?
Lord, can you hear me now?
Lord, can you hear me now?
Or am I lost?

Damien Rice e Lisa Hannigan in "O"

Eu disse...



"Às vezes gostava de cair como tu, em efémeros momentos de paz, destilados pelo suor desse copo, feito de plástico, que teima em embevecer o teu sorriso, que chora, apenas e só, para poder parasitar a tua mente..."
...respondeste "Então cai!!"
...de pronto te perguntei "E depois quem te ampararia as quedas constantes e egoistas?"
...e nunca mais voltei a cair...
...nunca, nunca mais...
...voltei a cair...

sexta-feira, março 31, 2006

"Balança"



Coloca a tua vida
num prato da balança - a tua vida
inteira, não hesites:
cada sonho da infância;
cada desejo ou cada angústia
desse longo e tão mudo purgatório
a que chamaste adolescência;
cada ambição funesta ou virtuosa
que já realizaste ou se perdeu
desde o dia em que alguém te considerou
um adulto sereno, responsável;
e todos os prazeres, todas as alegrias,
todos os medos, todas as esperanças
onde quiseste ver reflectida
a beleza do mundo.

Do outro lado põe apenas
o rosto de quem amas:
os olhos, o sorriso, o tom da voz,
nada mais do que isso.

Depois não tenhas medo:
destrava num só gesto essa balança
e vê o resultado.

Poema de Fernando Pinto do Amaral in "Egoista" nº 15 Maio 2003

quinta-feira, março 30, 2006

Quando menos a gente espera...



mais gente espera por nós...
E quando te sentires sozinho,
fala contigo,
pois estarás sempre a teu lado
e saberás guiar-te, de olhos vendados e sem medo,
nesse labirinto que pensas ser a tua vida,
mas que és...
apenas tu..

Não vejas o "sinal"...Sente-o em ti...

segunda-feira, março 20, 2006

Porque somos o lado "B", na vida de alguém...



Older Chests

Older chests reveal themselves
Like a crack in a wall
Starting small, and grow in time
And we always seem to need the help
Of someone else
To mend that shelf
Too many books
Read me your favourite line

Papa went to other lands
And he found someone who understands
The ticking, and the western man's need to cry
He came back the other day, you know
Some things in life may change
And some things
They stay the same

Like time, there's always time
On my mind
So pass me by, I'll be fine
Just give me time

Older gents sit on the fence
With their cap in hand
Looking grand
They watch their city change
Children scream, or so it seems,
Louder than before
Out of doors, and into stores with bigger names
Mama tried to wash their faces
But these kids they lost their graces
And daddy lost at the races too many times

She broke down the other day, yeah you know
Some things in life may change
But some things they stay the same

Like time, there's always time
On my mind
So pass me by, I'll be fine
Just give me time
Time, there's always time
On my mind
Pass me by, I'll be fine
Just give me time

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Não faz mal...



se preferes a melodia, ao cantor,
as palavras, ao escritor,
a tela, ao pintor...
Não faz mal...
Porque o amor,
é feito disso mesmo...
nem sempre ele é entoado da mesma forma,
nem sempre é escrito com a mesma letra,
nem sempre é pintado da mesma tinta...
E é nessas diferenças,
que eu...
sou sempre o mesmo...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Se eu penso...




R:...tu logo me sentes...
C:...Se eu te sinto, tu logo, logo, me dizes que não...
R:...Tão mais fácil é esconder, do que, simplesmente, mostrar...
C:...Que a meu lado perdes o medo?...Mas porquê tanto segredo?...
R:...Nunca irás entender...
C:...Nem tu, sentir a emoção...

O coração deixou de pensar...agora, já não sente só quando a razão deixa...e a razão, sente, cada dia, cada vez mais...