quarta-feira, agosto 13, 2008

Gerado por amor...fui escrito nas estrelas...




Bem sei que sou uma pessoa honesta,
nariz pouco empinado, traços simples,
cuja vida afectiva é importante,
feita de alguns pontos de interesse
outros tantos, tão negros, que me tornam pouco interessante…
Atencioso, tenho mais atenção,
à tensão entre o futuro e as resistências do passado
e isso causa-me explosões de raiva que não te passam ao lado…
Sei que sou aberto,
mas também sei que nem tudo o que digo te parece certo
e se gosto de astrologia, não é por influência da mãe ou da tia,
mas do Sol em Urano
que de uma estrela apaixonada se transformou em planeta desumano…
Sei que sou sociável,
mas, às vezes, consigo passar horas a fio a tentar não ser amável
e se sou racional nos sentimentos, é porque não há razão para viver ao sabor de certos ventos…
Sei que tenho medo de ser ferido,
mas cautelas e caldos de galinhas são para mim um amor antigo
e se crio expectativas altas, mais alto eu subo quando no chão eu sinto que me faltas…
Sei que me defendo atacando,
mas são as reacções bruscas de uma mente que pelos vistos não tem pilhas no comando
e se tenho necessidade de encontrar o equilíbrio entre a razão e o instinto,
Então eu escolho encontrar-me…a ti…
e muito mais haverá para dizer,
Quiçá um dia,
em que a noite me encontre de novo assim…

sexta-feira, agosto 01, 2008

Entro na mesma sala de sempre…



Fumo atrás do fumo, que de cortinados estou eu farto,
Escondendo-me dos cigarros que eu não acendo,
Que eu nunca sequer chego a (a)pagar, a não ser com o corpo…
São tantas as cicatrizes,
que tinjo a parede de saudade e de lembrança,
sem já sequer me recordar de que côr a cheguei a pintar…
Parece que foi ontem que te comecei a viver
E já me sinto preso neste barco do “quando te voltarei a encontrar?”…
Neste barco que navega sobre o fumo de uma água que ninguém do lado de cá sabe se existe…
As margens separadas, por um ténue momento,
parecem longas quando não existem pontes…
Mas eu tenho-te comigo, cá deste lado,
Sem nunca te prender…
E eu meto-me contigo, cá deste lado,
Sem nunca te mexer…