quarta-feira, dezembro 12, 2007

Meu corpo vai nú...



coberto por toda a roupa
que me diz, "Tapa a alma!"...
mas eu,
não a destapo...
Finalmente, a luz está ali...ao fundo do túnel...
e eu vou abraçá-la...

segunda-feira, novembro 19, 2007

Alma...


Como te sentes, hoje?

Sinto-me como se o amanhã nunca sentisse nada,
do que o hoje em mim sente…
Como se o amanhã me trouxesse de volta,
ao tudo de um hoje que eu não sinto mais…
Como se o que hoje eu sinto não conseguisse respirar,
no dia que o amanhã há-de sufocar…
Sento-me a sentir que o dia de amanhã,
fará sempre parte de um hoje que já partiu
e que em nada me somou,
apenas subtraiu…
e só e apenas porque guardo sempre a sensação de que,
quando o dia aparece,
a noite já se foi…
nunca sequer existiu…

segunda-feira, novembro 12, 2007

De repente...



vi-me só...
Chamei por ti
e abracei-me ao nada...
Gelei e caí,
com o toque da nossa primeira vez,
de mão dada...
À minha volta,
tombava meu corpo
e minha alma desfalecia, do lado de cá da vida...
Fiz-me tarde
e apaguei a luz do dia,
afinal de contas,
eras o tudo, que em mim não vivia...
Até que pensei,
"E porque não ir bater aquela porta?..."
aquela que tantas vezes, eu tinha fechado,
outras tantas ignorado...
E a porta ainda lá estava,
ainda por cima aberta
e de sorriso no rosto
e de braços bem abertos......
então abriu-se
e disse-me baixinho...
"Shhh...não digas nada...não acordes os teus fantasmas, deixa-os dormir...que eles também precisam de descansar..."

sexta-feira, novembro 09, 2007

Sou tudo...



Sou o fumo do teu cigarro,
à espera que o apagues...
Sou o teu próximo passo,
à espera que me pares...
Sou o pássaro preso,
numa gaiola de porta arrombada...
Sou o teu último acidente,
pedaços de mim, por toda a estrada...
Sou tudo o que precisas
e não sou nada do tanto que queres..

segunda-feira, novembro 05, 2007

As nuvens também caiem...




Chega a uma altura,
em que tudo parece demais...
chega a uma altura,
em que te sentes sozinho e dizes,
"Não consigo voar mais..."
E é na queda livre,
nesse caminho, tão crú e vertical,
que nos vem ao horizonte da memória,
tudo o que sempre desejámos encontrar,
talvez um dia perder ou, simplesmente, deixar voar...
E é nesse caminho,
que nos voltamos a descobrir,
a reflectir,
a existir...
E quando chegamos ao chão,
fechamos os olhos e beijamo-lo,
porque já não existe medo no cair...
apenas amor...
apenas amor...
porque afinal,
chega a uma altura,
em que lá de cima,
as nuvens também caiem...

terça-feira, outubro 16, 2007

Nas profundezas, do mais alto dos céus...



onde se escondem,
todos os que desejam ser encontrados,
dei por mim a tentar sorrir assustado...
Afinal de contas,
era a primeira vez que me sentia em casa
e nada do que via era meu...
Até que uns olhos e dedos,
sem medo, nem segredos,
tocaram, ao de leve, nas minhas costas e, sem me virar, ouvi:
"Vem...vem...deixa-me abraçar-te!!...
...Tu, que és orfão de mim...vem e abraça-me!!!!"

segunda-feira, outubro 15, 2007

Sinto tanto a vossa presença...



em tudo o que é, tão humanamente impossível...
em tantos dos sonhos que me iluminam
e me fazem acordar sobressaltado...
Porque hoje acordei
e a cama ainda estava quente...

sexta-feira, outubro 12, 2007

Porta-te bem...



não sei como me comportar,
perante tanta coisa,
tanta gente...
apenas sei que suporto
e volto sempre a suportar...
porque em mim, não corre um rio...
corro eu
e em direcção ao mar...

terça-feira, outubro 02, 2007

Dá-me a tua mão esquerda...



aquela com que escreves...
E lembra-te,
que as melhores coisas da vida,
ainda estão para chegar...

O sonho que comanda a (minha) vida...



"Às vezes em sonho triste
Dentro de mim existe
Um país longíquo
Onde ser feliz consiste
em apenas ser feliz"
F. Pessoa

Reflexão sobre o desejo de ser pai...

quinta-feira, setembro 27, 2007

Porque te custa tanto a colher...


se foi isso, o que semeaste?...

Dá-me o teu último cigarro...




e deixa-me ser eu a apagá-lo...
tranquilizar os teus anseios,
combater os teus receios,
a vida é bem mais curta assim...
...
Dá-me o teu último cigarro,
e deixa-me ser eu a afagá-lo...
tocar-te as mãos em forma de mil beijos,
arrancar pétalas de malmequer, pedir por ti mil desejos,
a vida ficará bem mais bela assim...

segunda-feira, setembro 24, 2007

Já nada me custa...





de tanto saber que não sei nada,
nem sequer quem eu sou...
Porque o corpo,
que me acena "Olá!" da outra margem,
sou eu...
a dizer-lhe "Adeus!"...

segunda-feira, setembro 10, 2007

Dedicado aos meu avós...finalmente juntos...




Partiram,
sem nada deixar por fazer...
Arrumaram tudo em caixas
e deixaram ficá-las no mesmo canto,
naquele canto,
onde a voz nunca se embargava
e coragem era fazer de apenas um braço um porto de mil abraços,
naquele canto,
onde o tempo nunca vos perguntava pelas horas,
e o partir...era, para vós, apenas sinónimo de dividir...
Partiram...
e por isso apenas vos faço um pedido
e descansem, porque não é em forma de ordem ou desejo...
apenas vos peço que me avisem,
se lá acima chegaram,
só para saber que chegaram bem...
É que partiram com tanto por dizer
e quando para cá voltarem,
avisem-me de novo,
pois aí serei eu,
que poderei já cá não estar...

sexta-feira, agosto 24, 2007

A minha vida é um mar de folhas em branco...



umas caiem, outras voam,
umas escutam, outras falam,
umas nascem, outras morrem...
mas nenhuma passa pela minha vida,
sem passar pelo branco da casa partida...
porque a minha vida não são números, nem palavras...
sou eu...
tal e qual como, um dia, deixarei de o ser...

terça-feira, junho 26, 2007

Porque choras, enquanto dormes?...




Dorme, não chores...
minha querida…!!!
A tua face molhada, porque o dia está triste,
O teu pé descalço, porque o sapato está largo…
Protege-me, meu amor…
Porque eu,
sou feito de vidro e quebro…
e os cacos sao tão dificeis de apanhar…!!!
Salva-me rapidamente,
Que tu ainda estás forte…

segunda-feira, junho 25, 2007

Imperfeições...



o mais importante de uma relação...
Imperfeições...
São elas que fazem, verdadeiramente,
a importância de um relacionamento...
Podemos escolher quem deixar entrar,
nesse mundo tão nosso e tão pequeno,
aos olhos de quem não o vê, mas que tantas vezes
nos inibe, nos esmaga e consome...
É por isso que, para mim, nada existe de tão bom
como partilhar...imperfeições...mostrá-las,
confiá-las, desabafar sobre elas, enfim...
e depois de toda esta partilha,
ainda ter tempo para, mesmo vivendo no tempo mais (Futuro) imperfeito,
sentir uma relação resistir e fortalecer-se,
aos nossos olhos e nos olhos de quem nos ama...
Porque afinal de contas, ninguém é perfeito
e o verdadeiro amor existe...mesmo sendo feito de...
Imperfeições...

Ass. Eu (...nos meus mais profundos pensamentos...)

terça-feira, junho 12, 2007

terça-feira, abril 03, 2007

História de amor com um final feliz...



Eu fui a tua primeira paixão...
Depois,
vieste de novo e foste tu a minha última...
Porque a seguir...
eu morri,
por amor a um amor,
com um final feliz...

sexta-feira, março 23, 2007

Não bebo...



para encher a cabeça...
A cabeça, é que por tanto estar cheia,
acaba por transbordar...

quinta-feira, março 15, 2007

Nos olhos de um anjo, vi eu as minhas costas…



Na forma como, mesmo sem forças, me amparou a queda,
Na forma como, mesmo sem corpo, me elevou a alma…
Nas suas costas, vi meus olhos embargados…
Nas minhas costas, sentiu meu corpo,
um anjo…

Esperei por ti, sempre a correr, à frente da vida…



E foi na despedida que me senti encontrar-te…
No aceno de um adeus, de um mar tão cheio de poemas, feito na tristeza de um dia qualquer...
E a anestesia da minha alma ali tão perto
E a falta do teu corpo tão ali a meu lado...
...
Depois veio o tempo, veio o vento
e todas as recordações que eles me trouxeram...
E como eu, ó triste alma, sofri...
E como eu, ó triste corpo, padeci...
Afinal de contas…
Fui apenas,
(t)eu...

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Admiro...



quem sobrevive,
de rosto colado ao asfalto,
mergulhando o pão das palavras
no molho feito de saudade...
E não quem vive,
na opulência de um sorriso cínico e gasto,
onde as palavras cruzadas
não têm coluna vertebral,
apenas horizonte, fel e maldade...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Mor(r)o mesmo ao teu lado...



num prédio encharcado,
de rosto molhado,
uma tristeza qualquer...
Mor(r)o sózinho,
num prédio vadio,
de corpo vazio,
só o vinho me quer...
Mor(r)o à frente,
de um prédio indiferente,
Pra trás a semente,
que eu já parti...

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Não sou...



...nome inquestionável da literatura,
não sou escritor, nem tão pouco o meu sobrenome é "poeta"...
Não alinho em esquemas de heterónimos, pseudónimos ou o diabo a sete...
Não escrevo por cheques "carecas" ou simples trocos...
Não prendo as minhas palavras, nos olhos dos outros,
ou à volta dos olhos de alguém...
Não as ass(as)ino no final, sufocadas, pela pergunta do "Gostaste?", esperando uma resposta que me encha o "ego"...
Não...
Escrevo, sim, por simples altruísmo e amor às mesmas,
às quais me devoto, ajudando-as a voar sem pressa, nem direcção...
E mais não sou...
E mais não digo...
Apenas, escrevo...
Isso, sim...